Caros amigos da Rádio UAI
Já faz 14 anos que iniciamos aqui em Raul soares o projeto de criarmos uma emissora verdadeiramente comunitária, para atender os anseios da nossa sociedade. No início, tivemos que enfrentar o ataque das grandes emissoras de rádios comerciais, Anatel e políticos “do contra”, que tentaram impedir que o nosso movimento tomasse força e se tornasse uma realidade regional. Durante toda a nossa trajetória sempre mantivemos um canal aberto com todas as organizações comunitárias, políticas, religiosas e sociais de nossa Raul Soares. Nunca negamos o direito de participação e resposta em nossa emissora de quem quer que fosse, desde o mais simples cidadão até o mais poderoso governante. Foi assim que a Rádio Uai se tornou a voz da nossa comunidade, referência na região e que sempre teve a coragem de expor a sua posição, contanto que essa fosse de interesse de toda a coletividade e negado o anonimato, bem como falas descontextualizadas.
Logo no inicio da Rádio Uai, ao lado do meu companheiro amigo e poeta, Itamar Socrátes, criamos o programa “Boemia”, que posteriormente recebeu o nome de programa “Naquele Tempo”. Um programa que tinha o objetivo de resgatar as canções e a cultura do nosso passado buscando a nostalgia através do entretenimento musical e cultural de nossos ouvintes. No programa “Naquele Tempo”, que apresentei por 7 anos, tivemos a alegria de construir uma audiência consolidada que muito contribuiu até mesmo para a criação e a organização do Clube da Melhor Idade aqui em Raul soares que desempenha um papel primordial em defesa ao respeito e valorização dos nossos cidadãos da terceira idade.
A nossa companheira Silvânia Moraes, foi também nossa parceira por um período no inicio dos trabalhos na emissora, por um convite meu, já que se tratava de uma radialista competente e capaz de cumprir bem sua função. Contudo, nesta época, por uma divergência com a diretoria da emissora, acabou se afastando, e foi compor o quadro da Radio Onda Livre de São Pedro dos Ferros, emissora que nós também ajudamos a fundar. Passados alguns anos, quando a Silvânia Moraes já não tinha mais espaço para apresentar o seu programa naquela emissora de São Pedro dos Ferros, por questões particulares e pessoais, mais uma vez estendi-lhe a mão, convidando-a para que, em parceria comigo, viesse a produzir e apresentar o programa “Naquele Tempo” representando assim o seu retorno para a nossa Radio Uai. Com o passar do tempo, e por conta de muitas ocupações profissionais minhas, acabei deixando o programa na condução de Silvânia Moraes e do poeta Itamar Socrátes por afeto e confiança. Até que, enfim, o programa ficou basicamente sobre a tutela, administração e recolhimento financeiro dos apoios culturais por parte somente da Silvânia Moraes, que excluiu, ainda, o nosso ilustre Itamar, deste processo cultural, por motivos que não me dizem respeito.
Vale lembrar, que desde que me candidatei ao cargo de vereador e ocupei este mandato na Câmara de Raul Soares, me afastei oficialmente da Diretoria da Associação Comunitária da Imagem e do Som de Raul Soares – ASCOMIS – que é a mantenedora da Rádio Uai. Hoje, tenho apenas um contrato de voluntário, em parceria com a entidade, para a apresentação do programa “Comunidade em Revista” e do programa “Naquele Tempo”, este último ao lado de Silvânia Moraes. Afirmo, ainda, que não recebo e nunca recebi qualquer recurso financeiro proveniente de apoio cultural que tenha vindo do programa “Naquele Tempo”.
A atual administração da Rádio Uai, cujo presidente é o Sr. João Romero de Araujo, pessoa idônea em nossa comunidade, por uma questão de gestão administrativa, decidiu fazer uma readequação da atividade dos locutores dentro da emissora, com a garantia de direitos iguais, onde todos pudessem exercer a sua função com liberdade e com igualdade de condições de faturamento pelo período trabalhado.
Contudo, depois de acertado com todos os comunicadores a nova forma de gestão administrativa estabelecida em contrato, firmado e assinado por todos, somente Silvânia Moraes manifestou sua posição de não aceitar a proposta da diretoria e firmou sua intenção de afastar-se do programa diante das condições financeiras propostas. Vale explicar que todos os locutores renovam seus apoios culturais mensalmente e somente a Silvânia Moraes tinha alguns apoios culturais renovados semanalmente, e a veiculação da grade de apoio cultural da rádio não é veiculada aos domingos durante o programa “Naquele Tempo”.
Mesmo sem compor o atual quadro da diretoria, eu pedi à Silvânia Moraes um tempo, para tentar me inteirar e entender a situação de fato, e com isso poder interceder em seu favor. Esse tempo, no entanto, não me foi dado, pois antes mesmo que eu pudesse abrir qualquer tipo de negociação ela partiu para um ataque direto e irreversível inclusive contra minha pessoa, que ao longo dos anos fui quem mais a incentivou e lhe deu mais oportunidades dentro da Rádio Uai.
O resto é de conhecimento público, se não for, leiam agora: A Silvânia foi à Rádio, durante o programa “Naquele Tempo” e colocou em dúvida toda a idoneidade da diretoria da ASCOMIS. Além disso, ocorreu um ataque na tribuna da Câmara Municipal numa transmissão ao vivo pela Rádio Uai e uma invasão das dependências da sede da emissora por defensoras dela, que tumultuaram e praticamente impediram a realização do programa no dia 7 de agosto de 2011 que foi ao ar com minha locução em parceria real com a de Silvânia Moraes.
Desde então começou-se uma campanha, política e pessoal contra a minha pessoa e de todos os integrantes da diretoria da ASCOMIS, culminando com um abaixo assinado distribuído a cidadãos que só ouviram uma versão da história. Pessoas estas que desconhecem o envolvimento, sempre político e partidário do ilustre Antônio Leal, que assumiu em um comentário deste blog acumular diversas funções na Prefeitura da cidade, inclusive a de Assessor para Assuntos Aleatórios. Em defesa de sua protegida, o ilustre Antônio Leal, foi à Rádio Uai neste mesmo dia 7 de agosto e esteve, ainda, na residência do então presidente da ASCOMIS João Romero de Araújo, intercedendo por ela, bem como fez algumas ligações em seu nome para tentar mantê-la na rádio, mesmo depois dos despautérios por ela proferidos ao vivo no programa “Naquele Tempo”. Inclusive, no dia em que Silvânia Moraes foi à Câmara, o Sr. Antônio Leal tomou a palavra para defendê-la.
Sendo assim, ilustres leitores, peço a todos que pesem todos os fatos, antes de tomar partido, sob a pena de incorrer em falso julgamento e tomar posição ouvindo somente um lado da história. Nesta situação, o que menos pesa é a questão administrativa que já não me diz respeito, desde que me afastei da diretoria. Essa situação constrangedora tem muito mais a ver com questões políticas e financeiras vindas do lado da minha, uma vez querida e amiga, Silvânia Moraes.
Só espero que a nossa comunidade saiba compreender que as pessoas passam e as instituições ficam, não podemos nos prender às vaidades pessoais, aos interesses financeiros e às mazelas da velha política local que adora ver o circo pegando fogo, no terreiro do adversário político.
Não somos perfeitos e que os nossos defeitos sejam perdoados, mas que a verdade prevaleça sempre depois de pesados os dois lados de cada fato!
Ramiro Andrade Grossi