A imprensa está se aproveitando e fazendo com o filme "Lula o filho do Brasil" - produção de Luiz Carlos Barreto que estreou essa semana na abertura do Festival de Cinema de Brasília e entra em circuito comercial em janeiro - o que não conseguiu fazer no mundo real com nosso chefe de governo: quer desconstruir a história pessoal, familiar, política e de vida, enfim, do presidente da República. Por estranho que nos possa parecer, o filme saiu do circuito das artes, da cultura, direto para as páginas da política, inclusive com chamadas nas primeiras páginas dos jornais. O Globo, por exemplo, além de quase metade da chamada da 1ª página hoje, dedica mais três inteiras na política/nacional, mais duas no Segundo Caderno, para botar para baixo o filme. A Folha, idem na 1ª e toda uma página de seu caderno Ilustrada. Acusam-no de ser propaganda do PT e do presidente Lula para favorecer a candidatura ao Planalto de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República. Ora, o filme apenas retrata - como o faz outra obra, "Os Dois Filhos de Francisco", tão elogiada por toda a mídia e críticos - a vida de uma família semelhante a de milhões de brasileiros e brasileiras que migraram do Nordeste para o Sul.