Hoje eu fui até ao centro de compras do Via Brasil, na Avenida Portugal, no Bairro Itapuã e fiquei estarrecido com o que passei e vi. Uma multidão chegou com seus veículos, diga-se de passagem, novos, alguns até sofisticados para um bairro classe média e principalmente por estar em uma região ZN, Região de Venda Nova e adjacências, onde a grande maioria dos moradores é de baixa renda.
Pois bem, cheguei e fiquei preso no engarrafamento dentro do estacionamento, entrou tanto carro que ninguém conseguia andar, não existiam mais vagas e tava que entrava gente, fiquei uns 15 ou 20 minutos preso sem poder estacionar nem sair.
Com muito custo, consegui, por milagre, uma vaga que era cobiçada por quem estava a minha frente ou atrás do meu carro.
Foi então que me lembrei que era véspera da Páscoa e a sanha consumista vinha trazendo aquela turba ávida por gastar seu rico dinheirinho com os deliciosos ovos de chocolate.
Entrei no espaço onde estão localizadas as lojas e me deparei com uma multidão na loja da Cacau Show, disputando no tapa as delicias ovais. Andei um pouco mais, até a drogaria Araújo e pude fazer minhas compras de medicamentos, tranqüilo. Aí, eu cai na bobeira de entrar no hipermercado onde o grosso da tropa tinha se aquartelado e para delírio das fábricas de chocolate, eu assisti estupefato aquela orgia da gastança. Era cada carrinho cheio de ovos até no topo, ovos, ovos e mais ovos. As filas nos caixas se estendiam pelos espaços entre as gôndolas e, tome ovos de chocolate.
Nos caixas era comum o pagamento em dinheiro ou no cartão, alguns dividindo em suaves prestações outros em uma só parcela.
Pobre comprando uma mercadoria supérflua e luxuosa como se fosse rico; e, olhe que o preço dos referidos ovos estava bem salgado.
Isso que dá ficar dando condições a essa gentalha que já não bastava eu ter que viajar para Porto Seguro em um avião lotado de pobre, ficar hospedado num hotel 4 estrelas junto aos amantes do pagode e das duplas sertanejas. No tempo do FHC isso não acontecia, o máximo que essa plebe rude conseguia era comprar uma dentadura ou um frango de 1,98 real o quilo, ou no máximo maximorum, se empanturrar de ovos de páscoa de procedência duvidosa, coberto de parafina que ficava agarrada nos dentes (pivôs) da frente, comprados no Shoppin’ Oi..
Desgraçado desse sapo barbudo que proporcionou essa farra no meio trabalhador, assalariado botando banca de consumidor, onde nós vamos parar?
Me responda, Macaco Tião ou você, Anão de Jardim, José Neumani Pinto ou ainda Boris Casoy, que adora pobre com dinheiro no bolso.
Nélio, Indignado com esse absurdo.
Enviado por e-mail no domingo de Páscoa por Nélio Agostinho Azevedo